Quando se fala em estratégias de marketing com vídeos, muitos empreendedores e profissionais da área focam suas ações no YouTube.
Normalmente, os vídeos são publicados nesse canal e compartilhados em outras redes sociais, como o Facebook, o Twitter e o Instagram.
Mas e se disséssemos que as suas campanhas poderiam ter mais resultados se os vídeos fossem subidos diretamente em cada rede social que sua marca atua?
É aí que chegamos nos vídeos nativos. Essa “nova” maneira de produzir e publicar seus materiais audiovisuais cresce a cada ano e pode ser uma solução interessante para os seus vídeos gerarem mais engajamento, consciência de marca e conversões.
No artigo de hoje, falaremos sobre o conceito de vídeos nativos, as razões para utilizá-los, como eles podem ser aproveitados em estratégias de marketing e mais algumas dicas para otimizar suas publicações. Acompanhe!
O que são os vídeos nativos?
Os vídeos nativos são vídeos que têm seu upload feito nas plataformas em que serão publicados. Ou seja, em vez de subir os materiais em um canal só e compartilhar os links para os outros, você posta os vídeos nos players de cada meio.
As principais redes sociais possuem seus próprios recursos de reprodução de vídeos. É assim com o Facebook, Twitter e Instagram, por exemplo.
Sabe quando você está navegando pelo feed do seu Facebook e, entre diversas atualizações, aparece um vídeo sendo reproduzido automaticamente como se fosse um post normal?
Então, esse é um vídeo nativo! Ele é assim porque é como se fizesse parte daquele ambiente. Não é algo que parece ser estranho ou invasivo.
Aliás, as fotos já eram publicadas de forma nativa nessas redes sociais. É difícil ver posts em que as imagens são compartilhadas de outros meios (no máximo, o que se vê é uma integração entre Facebook e Instagram). Só faltavam os vídeos seguirem esse caminho.
Como o YouTube centralizava (e ainda centraliza) grande parte das campanhas com vídeos, era normal usar as outras redes sociais apenas para fazer esse compartilhamento.
Entretanto, essas mídias sociais perceberam as oportunidades que os vídeos podem trazer em termos de tráfego, usuários, interações e verbas para as suas plataformas.
Logo, passaram a valorizar os seus próprios players para atrair o interesse de produtores de conteúdo, empresas e espectadores.
Por que utilizar esse recurso?
Entender o conceito de vídeos nativos não é tão complicado assim, mas será que vale a pena ter o trabalho de fazer o upload dos seus vídeos em cada mídia social?
Em tese, você gastará mais tempo para editar os vídeos, já que cada rede possui suas próprias configurações.
No Twitter, por exemplo, o limite de duração das gravações é de 140 segundos para publicações orgânicas e até 10 minutos para os posts patrocinados.
Quem tiver problemas com sua conexão de internet também pode sofrer um pouco para subir o mesmo vídeo diversas vezes em diferentes canais.
Embora o esforço seja maior, o uso dos vídeos nativos também agrega algumas vantagens. A seguir, você conhecerá 5 motivos que justificam o investimento nesse formato. Veja:
Gera mais alcance e interações nos locais de publicação
Uma das maneiras que as redes sociais encontraram de fazer seus usuários e páginas subirem vídeos em suas plataformas foi oferecer mais alcance e, consequentemente, interações com essas publicações.
No caso do Facebook, por exemplo, isso é algo bem escancarado. Para você ter uma ideia, um experimento realizado pela agência Fizzy comparou o desempenho de um vídeo publicado diretamente na rede do Mark Zuckerberg com o mesmo material, só que compartilhado do YouTube.
O resultado apontou que o vídeo nativo alcançou pouco mais de 12x mais alcance do que o vídeo com um link do YouTube. Além disso, o número de curtidas, reações, comentários e compartilhamentos foi maior.
Outro estudo, esse feito pela Quintly, mostrou que os vídeos nativos do Facebook tiveram, em média, 109.67% mais interações do que os vídeos trazidos do YouTube.
Falando especificamente em compartilhamentos, os nativos obtiveram um desempenho ainda melhor: 477.76% a mais do que os vídeos publicados com links do YouTube.
Confira o estudo completo da Quintly aqui!
Isso mostra como as redes sociais querem premiar os seus próprios produtos.
Produz maiores chances de capturar a atenção do público
Outra vantagem dos vídeos nativos é que eles conseguem atrair a audiência de uma forma mais eficiente.
Perceba que quando você navega no Facebook ou Twitter, os vídeos nativos geralmente são reproduzidos automaticamente.
Aqueles segundos iniciais são preciosos e muito úteis para atiçar a curiosidade do público em ativar o som ou ampliar a visualização daquele vídeo.
Quando o vídeo é compartilhado do YouTube, dependendo da rede social em que ele é publicado depois, o usuário teria o trabalho de clicar para assistir ou para ir até o post original daquele conteúdo.
É mais popular entre os produtores de conteúdo
Há de se considerar que o vídeo nativo é um formato que se tornou predominante no Facebook. Para você ter uma ideia, o mesmo estudo da Quintly que usamos no tópico anterior trouxe mais dois dados interessantes:
- De todas as páginas analisadas que usam vídeos como conteúdo, 90% já subiram suas gravações diretamente no Facebook;
- Já dentre os formatos de todos os vídeos postados, 84.47% eram nativos.
A popularidade dos vídeos nativos entre as Fan Pages se deve aos bons resultados conquistados, especialmente sobre os materiais compartilhados de outras plataformas.
Aliás, tem sido cada vez mais comum ver páginas indo por esse caminho. Veja o caso do Porta dos Fundos. Em seu perfil no Facebook, os vídeos estão sendo publicados no player da plataforma.
Permite criar galerias próprias de vídeos
Ter uma galeria de vídeos facilita a acessibilidade dos seguidores quando eles quiserem acessar alguma gravação da sua página.
Seu acervo não precisa ficar concentrado no YouTube, até porque os seguidores da sua empresa no Facebook, Twitter ou Instagram não são necessariamente os mesmos.
Em relação às galerias, o Facebook costuma ser mais organizado visualmente. Você pode distribuir seus vídeos em listas de reprodução e destacar aqueles que aparecerão primeiro em sua guia de vídeos.
Possibilita uma análise mais bem detalhada
Quando você apenas cola um link do seu vídeo publicado no YouTube ou no Vimeo em outra rede social, as ferramentas de análise dessas plataformas não conseguem captar muitos dados para mensurar.
Normalmente, é possível verificar informações como curtidas, reações, comentários e compartilhamentos, ou seja, métricas de interação e engajamento – como se fosse um outro post qualquer.
Por outro lado, quando se publica um vídeo nativo, é possível ir mais a fundo nessas análises. Você poderá analisar outras métricas, como:
- retenção do público: o vídeo segura os espectadores por quanto tempo?
- reprodução do vídeo: quantas pessoas assistiram à gravação toda? Quantas assistiram só os 3 primeiros segundos? Quantas assistiram mais de 10 segundos?
- taxa de conclusão: porcentagem de pessoas que viram até o final com as que começaram;
Claro que existem outros indicadores, mas isso dependerá muito de cada ferramenta, como a aba de informações do Facebook ou o Twitter Analytics.
Aqui, o importante é mostrar que, ao usar os vídeos nativos, você poderá entender melhor como o público consome e interage com seus filmes.
Isso ajudará a criar materiais mais ajustados às preferências dos seguidores de cada rede social.
Como eles podem ser aproveitados em estratégias de marketing?
Para entender melhor a utilidade dos vídeos nativos no contexto do marketing, selecionamos dois cenários em que eles podem ser perfeitamente usados de maneira estratégica. Confira:
Para fortalecer suas campanhas de marketing digital
Dentro do marketing digital, há diversas variações, como o marketing de conteúdo, vídeo marketing e marketing nas redes sociais, certo?
Em todas elas, a empresa, marca ou personalidade precisa de bons conteúdos para atingir seus respectivos objetivos (ter mais seguidores, tráfego para seu site ou blog, leads, conversões ou reconhecimento).
É aí que os vídeos nativos passam a fazer parte da história. Assim como os blog posts, e-books, webinars, podcasts ou os vídeos “normais”, os nativos cumprem o seu papel de levar algum conteúdo para um público específico.
A diferença, como já reforçamos, é que ele pode alcançar e interagir com mais pessoas por serem carregados e publicados no mesmo canal.
Ou seja, isso fortalece suas campanhas e ampliam as chances de elas conquistarem os resultados esperados.
Conseguir mais engajamento em cada rede social
Outro ponto a ser destacado é que os vídeos nativos podem ser usados para criar conteúdos exclusivos e estratégias diferentes para cada rede social.
Por exemplo, quando você publica um vídeo no YouTube e resolve compartilhá-lo integralmente em outras redes sociais, o conteúdo, a linguagem e o formato tendem a ser o mesmo.
Isso nem sempre é bom porque parte do pressuposto que todos os seguidores, nesses diferentes canais, possuem o mesmo perfil.
Por outro lado, quando se resolve criar um material específico para cada canal (mesmo que seja o mesmo vídeo, mas com diferentes formas de apresentação e edição), você passa a conversar diretamente com a audiência daquela plataforma.
Isso é essencial para gerar mais engajamento em suas diferentes páginas, pois cria-se os sentimentos de pertencimento e identificação entre seus seguidores.
Veja o caso do perfil do Master Chef Brasil no Twitter (rede social em que o programa mais se destaca). Os vídeos publicados lá são adaptados para a plataforma e usados para reforçar ainda mais esse engajamento com sua imensa base de fãs.
Como ter mais resultados com os vídeos nativos?
Por último, elencamos 6 dicas para você tirar mais proveito dos vídeos nativos e fazer com que eles ajudem suas campanhas a serem mais produtivas. São elas:
1. Capriche no começo dos vídeos
Lembra-se de quando falamos que os vídeos nativos podem ser reproduzidos automaticamente enquanto você navega por suas redes sociais?
Então, essa dica vem justamente sobre esse recurso. A ideia é captar a atenção do público nos primeiros segundos do vídeo.
Mas não ache que isso seja fácil, pois grande parte desses vídeos inicia sem o som. Então, apostar em um áudio marcante no começo da gravação pode não funcionar muito bem.
Em contrapartida, imagens, artes e legendas mais impactantes podem impactar os espectadores logo de cara.
2. Chame a atenção pelas miniaturas dos vídeos
Caso os vídeos não comecem de modo automático ou sejam procurados em suas galerias, os usuários certamente darão de cara com a capa do material.
Essa miniatura deve conter uma imagem ou um trecho do vídeo que passe uma ideia do conteúdo que será apresentado e, paralelamente, ser instigante para o público.
Não se esqueça de que seus vídeos disputam espaço com os posts de amigos, conhecidos e de outras páginas que os seus seguidores acompanham. Então, o começo e a miniatura precisam ser bem convidativos para os usuários verem até o final (e com som).
3. Atraia o público pelas descrições
Outra forma de fazer os espectadores assistirem até o final é com um bom texto de acompanhamento para os vídeos.
Afinal, muitas pessoas são desconfiadas com o material que estão perto de verem. Então, é bom dar esse empurrãozinho nelas com um texto que explique, resumidamente, o conteúdo do vídeo.
As descrições também podem ser usadas para complementar o conteúdo transmitido na publicação. Por exemplo, podem ser inseridos links úteis, informações adicionais e chamadas para ação (fundamentais para levar o público a converter uma oferta).
4. Promova valores compartilháveis
Um vídeo compartilhável é aquele que agrada muito aos espectadores. Geralmente, são publicações que ensinam, divertem, entretém, enfim, que motivem reações positivas no público.
Para saber sobre o que você pode falar, pense no universo temático da sua empresa e das suas ofertas e, obviamente, nos problemas e interesses das suas personas.
São vários os formatos de vídeos, como explicações sobre um conceito, dicas, conselhos, entrevistas, perguntas e respostas com os seguidores etc.
Foque mais no que pode interessar e engajar seus seguidores e menos em sua empresa. Conteúdos muito narcisistas podem não passar a impressão de utilidade e relevância para o público. Pense nisso!
5. Marque pessoas e páginas envolvidas com os vídeos
Essa dica é boa para quem quer aumentar o alcance orgânico dos seus vídeos nativos. Ao marcar outras pessoas e páginas, os amigos e seguidores desses perfis poderão ser impactados por publicações desse tipo.
No entanto, é bom se controlar quando fizer isso para não parecer que está fazendo spam. Referencie apenas as pessoas e empresas que autorizaram essas marcações e que tenham contribuído de alguma forma com os vídeos postados.
A sacada do uso dos vídeos nativos é fazer com que produtores de conteúdo e usuários fiquem mais tempo envolvidos com as redes sociais de publicação. Trata-se de uma descentralização do YouTube e uma formação de nichos mais específicos em outros canais de interação.
Isso levará as campanhas de marketing para uma segmentação ainda maior. Os conteúdos em vídeo deverão ser pensados, cada vez mais, nas particularidades de cada rede social (funcionalidade, perfil de usuários, etc.).
Dessa maneira, os vídeos nativos poderão ajudar você e sua empresa a alcançarem mais pessoas, a engajarem mais seguidores e, quem sabe, a converterem novos clientes.