Quem estuda ou trabalha com a área de Marketing está, muitas vezes, acostumado a pensar nela como algo extremamente atual. O Marketing é uma ciência – ou arte – dos nossos tempos, do século XXI, das gerações Y e Z.
Mas será que você já parou para pensar (ou, para pesquisar) sobre o surgimento e a evolução do Marketing?
Pode ser surpreendente descobrir que o Marketing não é tão atual assim. Ele surgiu há mais de 550 anos!
Na realidade, portanto, seu maior feito foi ter mudado e se adaptado aos tempos de maneira tão eficaz.
Graças a essa característica, mesmo depois de quase seis séculos, ele permanece sendo essencial para qualquer negócio.
Neste artigo, vamos ver com mais detalhes a história do surgimento e evolução do Marketing. Está curioso? Então, boa leitura!
Os primórdios do Marketing
Você deve se lembrar de ter aprendido, na escola, que Gutenberg inventou a prensa tipográfica em 1450.
Essa invenção revolucionou a comunicação humana, já que, pela primeira vez, era possível produzir textos em massa e distribuí-los a mais pessoas. Afinal, antes disso, todos os textos tinham que ser escritos à mão.
Vale a pena ressaltar que, antes da prensa, até saber ler era um privilégio de poucos. Como a circulação de livros era muito limitada, a maioria das pessoas jamais tinha contato com a linguagem escrita.
Essa limitação também afetava a educação e acesso à informação. Desta forma, a prensa afetou a sociedade profundamente!
Foi a prensa de Gutenberg, portanto, que impulsionou o surgimento dos primeiros anúncios impressos, que era a forma mais elaborada de Marketing nesse período.
Vale a pena lembrar que, antes do computador e da internet, o Marketing seguia o modelo que chamamos de outbound.
Em outras palavras, ele tentava vender o produto antes de criar qualquer vínculo com os clientes.
Hoje, com o inbound marketing, nós criamos um vínculo antes – educando os clientes sobre o problema, apresentando soluções, gerando valor por meio da informação.
O Marketing e a evolução da imprensa: jornais e revistas
Apesar da invenção de Gutenberg, foi apenas no século XVII que jornais e revistas começaram a ser publicados em massa.
Muitos reconhecem o jornal alemão Relation aller Fürnemmen und gedenckwürdigen Historien, de 1605, como o primeiro jornal.
Enquanto isso, a primeira revista americana foi publicada em 1741, na Philadelphia.
Jornais e revistas, então, tornaram-se um meio interessante para que as empresas e os “marketeiros” do período publicassem seus anúncios.
Essa era uma relação vantajosa para os dois lados. Qualquer negócio podia divulgar seus produtos e serviços a mais pessoas.
Enquanto isso, os editores podiam vender espaço e obter recursos para manter sua publicação rodando. E até hoje essa é uma forma de outbound marketing que ainda funciona.
O marketing e os espaços públicos: pôsteres e outdoors
É verdade que, com a possibilidade de imprimir panfletos, a divulgação ficou mais fácil. Mas ainda havia um problema: era preciso distribuir esses panfletos, um por um, às pessoas.
Logo, porém, alguém percebeu que seria muito mais fácil afixar um único pôster em uma via pública. Assim, todos os transeuntes veriam a mensagem, e o esforço necessário era muito menor.
E quanto aos pôsteres? Não sabemos como a prática de afixar pôsteres começou – é possível que ela já existisse até mesmo antes da prensa ser inventada. Afinal, é possível fazer um pôster, mesmo à mão.
Porém, um fato curioso é que essa estratégia tornou-se tão popular que chegou a ser banida de Londres! No ano de 1839, tornou-se ilegal afixar pôsteres em propriedades na capital da Inglaterra.
Mas os profissionais de Marketing da época logo encontraram uma forma de contornar essa proibição, usando um meio similar, mas com muito mais impacto: os outdoors.
Através do outdoor, os anúncios podiam ser vistos de longe, tendo um alcance melhor do que os pôsteres. Além disso, um outdoor é bem mais durável. Em termos de custo-benefício, ele é uma aposta interessante.
O registro mais antigo de aluguel de um outdoor é de 1867. A maior prova de que essa ideia tem seu valor é que a prática continua até hoje.
O Marketing e o som: Rádio, TV e telefone
Com o século XIX e começo do século XX vieram novos meios de comunicação, por meio de invenções tão significativas e revolucionárias quanto a prensa de Gutenberg. Estamos falando, é claro, do rádio, televisão e telefone.
Apesar de o telefone ter sido inventado antes, em 1876, ele desenvolveu-se de maneira lenta. Assim, foi apenas em 1946 – quase cem anos depois – que a penetração desse equipamento nas casas americanas atingiu 50%. E, claro, ele passou a ser usado para o famoso telemarketing.
O termo “telemarketing” começou a ser usado no final da década de 1970 e, desde então, tem sido associado com uma das práticas de Marketing mais problemáticas – tanto pelos resultados quanto pela recepção do público a essa abordagem.
Uma das formas atuais de telemarketing usa ligações automáticas e mensagens gravadas para oferecer produtos e serviços.
Depois do telefone, foi a vez do rádio ocupar a posição de novidade. O desenvolvimento dessa tecnologia foi acelerado pela 1ª Guerra Mundial, para finalidades militares.
Porém, no começo da década de 1920, ele passou a ser usado para transmissões abertas, de entretenimento e notícias. Em apenas 22 anos – de 1921 a 1933 – o rádio entrou em mais de 55% dos lares americanos.
Para patrocinar as transmissões, eram feitos anúncios verbais de produtos e serviços. Mas, se esses anúncios trouxeram um elemento extra ao Marketing, isso não se comparou em nada à mágica da televisão.
A primeira demonstração pública de silhuetas em movimento televisionadas foi feita em 25 de Março de 1925. Em 1941 foi feito o primeiro anúncio de TV do qual temos registro.
Em 1954, menos de quinze anos depois, os anúncios de TV já tinham superado a receita obtida com o Marketing via revistas e rádio.
Os anúncios pela televisão continuam fazendo parte do escopo de atividades do Marketing, é claro. Mas, como você deve saber, essa não é uma alternativa muito acessível.
Como as empresas da época não demoraram a perceber, um anúncio na TV custa caro.
Por isso, o Marketing continuou evoluindo, para incorporar alternativas que pudessem ajudar qualquer negócio — mesmo aqueles que não têm um orçamento milionário.
Outro ponto interessante é observar que, a cada nova invenção, o tempo necessário para que a tecnologia se espalhasse foi diminuindo.
Isso demonstra que a própria sociedade tornou-se ávida por novos meios de comunicação e novas ferramentas para interagir com o mundo à sua volta.
E o Marketing buscou encontrar uma maneira de aproveitar o potencial de cada um deles.
O Marketing e a era digital: Celulares, computadores, impressoras e a internet
Depois da invenção da televisão, foi preciso esperar mais algumas décadas por uma nova revolução.
Finalmente, em 3 de Abril de 1973, foi feita a primeira chamada por celular. Então, em 1981, a IBM apresenta o computador pessoal e, em 1984, a Apple lança seu icônico Macintosh.
E, na década de 1990, ocorreu o boom da internet — não apenas para fins militares e industriais, como era no começo, mas pelas pessoas comuns também.
Quatro grandes marcos em um período de 10 anos, que mudariam completamente o futuro do Marketing!
Com o computador pessoal, vieram as impressoras pessoais. Isso permitiu que a publicidade impressa fosse feita com muito mais facilidade e, novamente, elevou a importância dos anúncios em jornais.
Os resultados foram visíveis. Em 1972, a revista Life tinha sido cancelada (após 36 anos de publicação) devido à competição da TV. Então, em 1985, essa mídia renasceu, atingindo receita de US$25 bilhões.
Outra consequência do computador pessoal foi tornar possível o acesso à internet e e-mail. Em 1994 foi enviada a primeira mensagem automatizada em larga escala – o primeiro spam, que atingiu milhares de usuários.
Essa foi uma demonstração do poder de alcance do e-mail marketing, para o bem ou para o mal. Como resultado, hoje, ele faz parte de qualquer estratégia de Marketing bem-sucedida.
E, dos anos 1990 para cá, as inovações não pararam de surgir e foram sempre incorporadas ao Marketing.
- A partir dos mecanismos de busca, surgiu a preocupação com SEO;
- A partir dos blogs, surgiu o Marketing de Conteúdo;
- A partir do fenômeno do Facebook, surgiu o Marketing de Redes Sociais;
- A partir da popularização do YouTube, surgiu a incorporação do vídeo ao Marketing;
- A partir das redes de comunicação móveis, a necessidade de buscar responsividade no webdesign.
Hoje, a grande tendência do Marketing é o Inbound Marketing, que responde ao perfil e às demandas do consumidor do século XXI.
O Inbound Marketing está alinhado com a realidade desse indivíduo que nasce e cresce mergulhado em informação, buscando aprender e entender antes de tomar qualquer decisão de compra.
E usa todos os recursos tecnológicos, obtidos através da evolução histórica que você acabou de acompanhar, para estabelecer um vínculo, uma comunicação consistente.